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O que determina se a gente gosta de um alimento não é simplesmente o sabor, mas também as memórias que ele nos traz e a cultura que vivemos.

Quem nunca tomou birra depois de ter comido um determinado alimento e ter passado mal? Talvez o alimento nem tenha culpa de nada e você até gostava muito dele, mas sua cabeça ligou as informações e te fez criar esse pavor. O mesmo acontece quando comemos um brigadeiro por exemplo. Ele não é saboroso simplesmente pelo sabor, mas porque lembra infância, festa, alegria, família reunida, momento feliz. E quanto às comidas regionais? O que leva tanto gente num mesmo lugar a gostar de um determinado alimento e num outro lugar todo mundo detestar esse mesmo alimento. Não seria o mesmo sabor? A aceitação não deveria ser semelhante em todos os lugares? Não! Isso nos prova como a cultura e o hábito também influencia na hora da escolha, e atesta que comer também é algo educacional.

Então se você quer que o seu filho coma com prazer o que é nutritivo, siga essas dicas:

Se alimente bem durante a gestação. Estudos comprovam que o paladar da criança é influenciado pelos alimentos que são consumidos pela mãe no período da gravidez.

Se possível, amamente por muito tempo. O leite materno muda levemente o seu sabor de acordo com a alimentação da mãe, isso ajuda com que essa criança se acostume com uma variedade de sabores e não seja muito seletiva no futuro.

Se esforce para que a introdução alimentar do seu bebê seja bastante prazerosa. Lembre-se que no primeiro ano de vida, o alimento sólido é apenas um complemento do leite e não precisa ser oferecido com rigidez. Esse é um momento da criança conhecer e se apaixonar por tantos sabores e não um momento de tensão do tipo: ele não está comendo o suficiente. Então, a deixe conhecer o alimento do jeito dela, pegando com a mão, espremendo, passando no cabelo…  Não tem nada de anormal nisso!

Não espere seu filho ficar grande para oferecer alimentos amargos e azedos. É muito comum as mães acharem que esses sabores fazem mal para o bebê e só oferecer o que for adocicado. Gente! O sabor doce é inato ao ser humano, os demais sabores precisam ser ensinados. Então aproveite o primeiro ano do seu bebê para oferecer alimentos diferentes como kiwi, rúcula, jiló, abacaxi, cravo, canela, coentro, manjericão, tomilho… Lembrando que o sal não é recomendado antes de 9 meses.

Respeite a criança. Não a obrigue a comer o que ela não quer. Talvez naquele dia ela não esteja afim de comer agrião, mas em outro dia ela vai comer. Se você forçar, criará uma lembrança indesejável na cabeça dela e a partir daí, ela realmente vai odiar agrião.

Seja um bom exemplo e ensine naturalmente à sua criança que comida saudável também é prazerosa. Não faça “Huuuuuuuunnn…” somente quando comer pizza ou chocolate, faça isso pra uma fruta madura, para uma salada bem feita, para um arroz integral soltinho.  Eles também merecem ser elogiados.

Nunca use guloseimas como prêmio. Quando você diz “se você comer toda a sopa vai ganhar uma bala”, você reforça a ideia de que bala é muito melhor do que sopa.

Dê honra a quem merece! Lugar de fruta é na fruteira num lugar visível e não escondida dentro de um saco na última gaveta da geladeira. E na hora de preparar o almoço ou jantar, gaste sua inspiração inicial caprichando numa salada bem feita e variada. Arroz, feijão é carne todo mundo come!

E agora a dica de ouro…

Crie memórias afetivas com o que é bom! Sempre que puder, faça você mesma uma comida saudável fresquinha e monte uma bela mesa. Leve seu filho para comprar vegetais com você. Quando leva-lo a um parque ou pracinha, ao invés de levar biscoitos, leve uma fruta. Quando ele receber os amigos em casa, sirva uma salada de frutas ao invés de sorvete ou faça um hambúrguer caseiro provando que “comida de verdade” também é saborosa. Sirva suco natural na festinha de aniversário dele. Quando estiverem assistindo um filme, troque o chips por uma manga em cubinhos pra comer de palitinho. Tenha sempre um lanchinho saudável em sua bolsa quando saírem. Mande lanches nutritivos para ele comer no recreio.

É assim que se ensina uma criança a comer direito, e não fazendo ameaças, forçando ou “torturando”. E nunca se esqueça, tudo que fizer, faça com amor. Esse ingrediente faz milagres!