De fato é esperado cientificamente que as crianças tenham queda de apetite ou se tornem mais seletivas em algumas fases da vida, assim como também é esperado um apetite de leão antes de alguns estirões.
Ou seja, as fases realmente existem e elas costumam estar relacionadas com o ritmo de desenvolvimento físico, cognitivo e emocional.
Porém, o fato de ser uma fase não significa que vai passar.
Fisiologicamente até passaria, mas no meio dessas fases acontece muito da criança adquirir hábitos inadequados e levá-los para o resto da vida.
A forma como o adulto responsável lida com a questão vai dizer muito se aquele problema vai ser momentâneo ou se vai se estender para o resto da vida.
Se uma criança só aceita uma determinada fruta e os pais passam a oferecer somente ela, a criança deixa de ter a oportunidade de conhecer outras.
Se a criança um dia come uma quantidade menor que a de costume e os pais, preocupados com o baixo volume, oferecem uns biscoitinhos para completar, a criança pode se condicionar a comer menos exatamente para ganhar os biscoitos.
Se um adolescente que está na fase que antecede o estirão, começa a preferir alimentos calóricos e aprende a comer apenas isso, o estirão passa e os hábitos podem permanecer…
Por esse motivo eu digo e repito, crises na alimentação são ótimas oportunidades de aprendizado. Por isso, se você ou sua criança está passando por uma crise alimentar, procure um nutricionista habilitado para te ajudar a lidar com as dificuldades presentes e faça de tudo isso uma fase que em breve passará.
Nutricionista pediátrica e terapeuta alimentar. Fundadora do Alice no país das comidinhas, uma clínica pediátrica que reúne diversas especialidades da saúde totalmente preparadas para tratar as questões alimentares inerentes à infância.