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Quando uma criança come mal, muita gente traça mil planos para enfrenta-la e convencê-la a comer. Mas, na maioria das vezes, essas estratégias não funcionam. Boa parte das crianças que comem mal faz isso por questões comportamentais. Muitas vezes porque querem chamar atenção ou querem ter o simples prazer de dizer não… E o adulto tende a traduzir isso de forma pejorativa: “Está querendo aparecer? ” “Está achando que manda em alguma coisa? Espera aí que eu vou te mostrar quem manda aqui! “ E assim se trava uma batalha longa e desgastante, que muitas vezes não leva a lugar nenhum.

Que tal olhar para essas duas necessidades da criança sob uma nova ótica? Chamar atenção pode parecer pirraça, mas na verdade isso é um instinto de sobrevivência, uma forma de garantir sua existência, uma vez que a criança é um ser totalmente dependente. O não comer é a forma mais clássica que existe de a criança dizer: estou aqui! E quando ela diz isso, ela quer ser ouvida! Você já parou para pensar que o não comer pode ser uma forma de dizer que não aguenta mais esse ritmo corrido de vida, que não aguenta mais ver os pais brigarem, que não aguenta mais passar o dia todo entre 4 paredes, que não aguenta mais ser tratado como um adulto ou ainda, que existe algum problema impossível de expressar em palavras devido à imaturidade? Se sentir no domínio é se sentir gente. Isso te soa estranho? Pois é, a verdade é que muitas vezes a criança é tratada como coisa e não como gente. E é lógico que ela vai querer provar por A + B que ela também é uma pessoa. Que ela tem vontades próprias, que ela não é um troféu e nem um portfólio dos seus pais.

Vale a pena refletir sobre a possibilidade de você estar depositando expectativas ou frustrações em excesso em uma pessoa que veio para escrever uma nova história, e não para corrigir a sua.

Então, se seu filho come mal, o primeiro passo deve ser a empatia. Trate-o como você gostaria de ser tratado. Antes de agir, coloque-se no lugar dele: Olhe–o nos olhos e tente entender o que ele está tentando lhe dizer com esse comportamento. Evite o enfrentamento e desenvolva a compaixão. Se una a ele nessa batalha onde vocês dois fazem parte da mesma equipe.